quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

SkiperFox. As origens.

Nascido ao final da década de 60, mais precisamente em Janeiro de 67. Ano de vitória para a medicina com o primeiro transplante de coração na África do Sul, entre um jovem de 25 para um homem de 55 anos. Mas o que me chamou a atenção foi o lançamento do livro Quarup. (ZARUR, George de Cerqueira Leite. Kuarup), que traz a crença da região do Xingu, onde os mortos retornam a vida.

A criança crescia em um bairro simples de uma cidade do interior com suas ruas de terra, muitas árvores em sua volta, futebol na rua à tarde e escola primária de manhã. Época de escassez de agua e dinheiro. Lembro-me de meu pai sair de madrugada e voltar à noite exausto em sua profissão de motorista de caminhão leiteiro. E de minha mãe com seus quatro filhos e sua dura rotina doméstica sem os confortos de hoje. Para complementar a renda da família ela fazia caixinha para guardar bombinhas da Caramuru e tricô na maquina barulhenta, que com cadencia repetia o mesmo barulho todas as noites.

O que uma criança de sete anos fazia em 1974, pois são minhas mais antigas recordações. Escola matinal com professores que realmente ensinavam cadernos comprados a dinheiro suado e merecedores de muita atenção. Roupas que passavam de irmão mais velho para mais novo, coisas simples assim. Mas aquela criança tinha suas obrigações e méritos. Nas férias saía de madrugada com meu pai em sua bicicleta galo e antes que o dia clareasse estávamos nas estradas rurais recolhendo leita das fazendas. Quando retornava, fazia de um jeito ou de outro, minhas obrigações.

No verão, manter o mato baixo no quintal, os animais alimentados e não sujar muita roupa. No inverno, manter cheia a caixa de agua que era trazida de uma bica próxima. Que diferença nos dias de hoje?

Foi no inicio da década de 80 que os primeiros sinais de minha tendência literária nas redações e dissertações no ginásio surgiram. Assim como Albert Einstein, também tive problemas com a caligrafia, mas com o passar dos anos a maturidade surgiu e este dom desapareceu ou foi substituido por outros que todo jovem encontra. Amor, paixão, sexo. As necessidades materias forçarem, assim como nos dias de hoje, todos os jovens a ir à luta, muito antes do que deveriam.

A juventude estava ali. O fogo ardente no sangue e a energia faziam com que os jovens buscassem a todo o momento algo diferente. Passeios na praça à caça de namoradas, longas pedaladas as cidades vizinhas às escondidas, fliperamas proibidos e bebidas a menor de dezoito anos. Este era meu mundo. Eu, sendo o mais novo de um grupo de doze, sempre tinha lá meus problemas. Não pode ir... aquela garota é muito velha...Você não tem carro, dinheiro, roupa, etc. Mudou alguma coisa para os jovens de hoje?

A maioridade logo chegou com o serviço militar e com ela me vi de fronte a primeira encruzilhada de minha vida. Sem muita noção segui o caminho mais prazeroso e o que me parecia mais certo. Fazer carreira na vida militar. Tentei, tentei, mas não consegui.

Nesta época, conheci minha esposa e logo estávamos casados e a vida dura começou de verdade. Foram vinte anos de luta, trabalho, algumas aventuras. Mas realmente foi a fase mais rápida de minha vida.

Com inicio dos anos 2000, as coisas checaram a um ponto critico e outra encruzilhada surgiu. Muitas dívidas contraídas com a vã intenção de relaxar, passear e nada de seriedade. Só quando meu filho se acidentou é que as coisas clarearam. Bairro perigoso, moradia embora própria antiga e ruim. Só então percebi que o mundo em que vivia era frio e desumano. Não perdoava aos que viviam nas nuvens.

Diante de tantos problemas buscava uma forma de fuga. Uma válvula de escape. E foi assim que surgiu o primeiro livro. Batizado de “Em busca de uma esperança”. Em 2002, já de casa nova, bairro novo, sem carro, pois o único que tinha foi roubado. Neste ambiente surgiu “O enigma da Floresta”. Romance certo para a hora certa. Foi um alivio para minha alma.

Com o aumento da vontade de escrever, necessitava daquilo que não tinha. Sentir na pele os sentimentos que tinha apenas na imaginação. Aventurei-me no mundo do esporte e aventura. Conheci vários Grupos de novos amigos. Suçuaranas, Zabias, Companhia da canoagem, etc. só assim senti na própria pele aquilo que apenas imaginava. Só assim meus textos começaram a ser preenchidos com algo novo. Era a alma que lhes faltava.

Busquei e busco até hoje, outras fontes de inspiração. Tais como os Livros de Sherlock Holmes, Agatha Christie, Paulo Coelho e livros específicos como as narrativas de acidentes aéreos, crimes de guerra, editorias, etc. Tudo aquilo que outros já viveram e eternizaram através das palavras.

Hoje, Janeiro de 2012 está às portas de meus 45 anos. Já vivi 50 % de minha expectativa de vida. Minha saúde está equilibrada e com certeza conseguirei viver os outros 50 % de minha vida com certa tranquilidade. Mas faltava algo e buscar uma forma de preencher este próximo quinquênio era a ordem do dia.

Agora decidido, e não tem mais volta sem antes tentar tudo o que for possível. Vou colocar meus dons a prova. É chegada a hora, pois minha família esta criada, tenho uma esposa que me completa e o sorriso de minha primeira neta.

Assim surgiu o SkiperFox, que traduzindo este americanizado nome, trata-se de Tenente Raposa. Este personagem formou-se sem ser percebido. Pela obstenação, dedicação e curiosidade na profissão e em tudo que fazia, pela sede de liberdade que transcrevia nas palavras colocadas me papel.

Skiperfox é um ícone, um marco para mim. Embora seja apenas um grão de areia na praia, mas já é um grão. E de livro em livro, estarei colocando meu nome à mídia e minhas obras aos editores e leitores.

Que Deus abençoe os homens e mulheres que lutam por um ideal.

Cordialmente SkiperFox.

Por Sebastião Siqueira dos Santos.

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