segunda-feira, 17 de setembro de 2012

De coral a areia. Uma questão de vida e tempo.

Certa vez na vida, não esporádico, mas de tempos em tempos;
Nos encontramos diante de dilemas que por mais fácil que pareça ser;
Causa grandes transtornos, impacta nosso lado humano e espiritual.

Se a mudança é natural, por que dói na carne e na alma?
Acredito que somos iguais aos corais do mar;
Suportamos grandes tormentas, ventos e até mesmo;
As poluições humanas, emocionais e de relacionamentos;
Mas somos fracos diante de determinados peixes que ali vivem;
São os peixes do destino.
Estes nos comem, roem, trituram e nos transformam em areia miúda.

Assim é a nossa vida. Uma constância de construções e criações;
Criamos ideias, fazemos planos, construímos bases, curtimos de tudo um pouco.
Mas quando vem a renovação e somos reduzidos a areia, o que nos sobra?
Sobra a realidade de nossa essência, o saber que tudo é mutável, nada será eterno.

Esta essência será a semente de nossa renovação. É a Fênix do novo amanhecer.
Encontrar este essência quando estamos reduzidos a grãos de areia é doloroso.
Dói a falta da rotina, dói a ausência da antiga vida onde sabíamos onde estava cada passagem;
Cada porta, janela, gaveta e até mesmo nossos mais secretos desejos.
Já imaginou-se ter que encontrar a janela para ver o nascer do sol quando ela não existe?

Embora melancólico seja esta cronica, ela está presente, consciente ou inconsciente em nossa vida.
Ela se faz presente no momento da mudança. Para alguns isto se repete varias vazes em sua existência.
Para outros poucas e quase imperceptíveis.
Mas a Fênix existe e ira renascer quando menos esperar.

Hoje, estou diante de minha Fênix. Bela vigorosa, Irradiando sua força.
Agora sou apenas um grão de areia. Pequeno, miúdo, varrido de um lado ao outro.
De mar em mar, Praia em praia. Voando pelas asas de minha Fênix.

Onde vou parar? Não sei!
O que importa é que sei o que posso fazer. Sei o que fiz. E sei onde errei.
Acredito que no futuro serei outro coral. Mais belo. Mais vigoroso. Não eterno.
Pois sei que um dia voltarei a ser areia novamente e poderei recomeçar a crescer.
Seja nesta vida. Na vida de amanha. Na terrena ou na eterna.

Um grão de areia é a semente da vida.
A semente vinga se a essência humana for mantida viva.
Viva um dia por vez, aprecie o agora, aprenda com ele.
O futuro só é possível se você agregar um grão por dia.
Não queira segurar a pedra acima de sua cabeça.
Pois ela cairá e destruirá seu castelo antes que ele cresça.

Skiperfox.


Qual a direção a seguir? 
- Perguntei diante da dúvida ao meu inconsciente embriagado e aflito.  O que sinto não se trata do efeito dissecador do álcool literário que erroneamente interpretara devido a sua incapacidade de ver o todo, efetuando julgamentos apenas pelo primeiro fato, sem coletar a votação dos outros seis sentidos que cada ser humano possui.
Não se trata da química inflamatória destilada, mais do intimo mecanismo do ser humano que usufruindo do livre arbítrio constrói e destrói seus sonhos e planos. Renovando-os a cada segundo ou simplesmente ficando assim. Parado no tempo.
Mas estaria ele também enganado, pois errara na dose que deveria depositar de fé em sua própria capacidade de criação. Não é puro egoísmo engolir seus erros, já que você mesmo o colocou na boca. Assim como também não é puro exclusivismo poder dizer que sei fazer e posso fazer sem ter que perguntar nada a ninguém. Então que se exploda, com sentido turpilóquio o que julgam de mim. O copo eu mesmo enchi, virei e engoli e dai que me doa a cabeça, pois só assim paro de me perguntar para que lado ir?
Revirei a ultima dose da garrafa e olhei dentro dela. Escuro, vazio e profundo. Não acreditei e mudei o foco, so então pude ver algo que a tempos não via. Era apenas eu, junto com minha prole, minhas tralhas e minha garrafa caminhando na estrada. Sorria, brincava e a cada passo a longa e desconhecida estrada se tornava mais curta.
O conteúdo da garrafa te revelo. É a sua vida em forma, cor, cheiro e temperatura. Cabe a você saber bebê-la.
Sebastião Siqueira dos Santos