Qual a direção a seguir?
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Perguntei diante da dúvida ao meu inconsciente embriagado e aflito. O que sinto não se trata do efeito dissecador
do álcool literário que erroneamente interpretara devido a sua incapacidade de
ver o todo, efetuando julgamentos apenas pelo primeiro fato, sem coletar a
votação dos outros seis sentidos que cada ser humano possui.
Não se trata da química
inflamatória destilada, mais do intimo mecanismo do ser humano que usufruindo
do livre arbítrio constrói e destrói seus sonhos e planos. Renovando-os a cada
segundo ou simplesmente ficando assim. Parado no tempo.
Mas estaria ele também enganado,
pois errara na dose que deveria depositar de fé em sua própria capacidade de
criação. Não é puro egoísmo engolir seus erros, já que você mesmo o colocou na
boca. Assim como também não é puro exclusivismo poder dizer que sei fazer e
posso fazer sem ter que perguntar nada a ninguém. Então que se exploda, com
sentido turpilóquio o que julgam de mim. O copo eu mesmo enchi, virei e engoli
e dai que me doa a cabeça, pois só assim paro de me perguntar para que lado ir?
Revirei a ultima dose da garrafa
e olhei dentro dela. Escuro, vazio e profundo. Não acreditei e mudei o foco, so
então pude ver algo que a tempos não via. Era apenas eu, junto com minha prole,
minhas tralhas e minha garrafa caminhando na estrada. Sorria, brincava e a cada
passo a longa e desconhecida estrada se tornava mais curta.
O conteúdo da garrafa te revelo.
É a sua vida em forma, cor, cheiro e temperatura. Cabe a você saber bebê-la.
Sebastião Siqueira dos Santos
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